
O artigo discute o uso crescente de Inteligência Artificial (IA) no campo jurídico, alertando para o fato de que a…
Em um mundo onde a transformação digital redefine profissões inteiras, a resistência de muitos advogados brasileiros em adotar novas tecnologias, especialmente a Inteligência Artificial, é um fenômeno que intriga e provoca debates acalorados.
Para desvendar as raízes dessa postura e entender seus impactos reais na advocacia, André Medeiros, da Advoco Brasil, entrevistou um experiente advogado de 49 anos, sócio de um prestigiado escritório em São Paulo.
Nesta conversa reveladora, o advogado apresenta argumentos sólidos e convincentes que jogam luz sobre os motivos por trás dessa resistência. A entrevista não apenas explora o “porquê”, mas também desafia percepções e convida à reflexão sobre o futuro do Direito em tempos de inovação tecnológica.
Para entender melhor essa resistência, André Medeiros, da Advoco Brasil, entrevistou um advogado de 49 anos, sócio de um escritório com 21 advogados em São Paulo, que preferiu não mencionar seu nome.
André Medeiros: Obrigado por aceitar conversar conosco. Gostaria de entender sua perspectiva sobre a adoção de novas tecnologias no campo jurídico.
Advogado: Eu que agradeço a oportunidade. Bem, acredito que a tecnologia tem seu lugar, mas na advocacia precisamos ser cautelosos. O Direito é baseado em nuances e interpretações que uma máquina não consegue captar totalmente.
André Medeiros: Vamos direto ao ponto. Por que você, um advogado experiente, resiste em adotar tecnologias como a Inteligência Artificial no seu escritório?
Advogado: Porque acredito que o Direito é intrinsecamente humano. A essência da advocacia está na interpretação, na empatia e na compreensão das nuances que uma máquina não consegue captar.
André: Mas a IA pode agilizar pesquisas, analisar jurisprudências em segundos. Isso não beneficiaria seus clientes?
Advogado: Agilidade não é sinônimo de qualidade. Prefiro dedicar tempo para aprofundar-me nos casos, garantindo que nenhum detalhe seja ignorado. Uma máquina pode ser rápida, mas não tem discernimento.
André: Não seria possível combinar sua expertise com as vantagens da tecnologia?
Advogado: Teoricamente, sim. Mas a dependência excessiva em tecnologia pode criar um atalho perigoso. Advogados podem se tornar complacentes, confiando cegamente em resultados automatizados sem questionar.
André: Você teme que a tecnologia possa substituir o advogado?
Advogado: Não temo substituição, mas deturpação. A IA não entende contexto cultural, emocional ou social. Direito não é apenas aplicar leis; é interpretá-las dentro de um cenário complexo.
André: Mas a tecnologia evoluiu. Há IAs que analisam sentimentos, contextos culturais. Isso não muda o cenário?
Advogado: Analisar sentimentos? Isso é programação baseada em padrões. Humanos são imprevisíveis. Confio mais na minha capacidade de ler uma sala, perceber hesitações, do que em algoritmos pré-definidos.
André: E quanto ao argumento de que escritórios que não adotam tecnologia ficarão obsoletos?
Advogado: Discordo. Há uma demanda crescente por advocacia personalizada. Clientes querem ser ouvidos por pessoas, não atendidos por chatbots ou relatórios frios gerados por máquinas.
André: Mas a eficiência operacional não é importante para competir no mercado atual?
Advogado: Claro que é, mas eficiência não deve comprometer a qualidade. Meu escritório investe em formação contínua, não em softwares que prometem soluções mágicas.
André: Você mencionou formação contínua. Não acha que isso inclui familiarizar-se com novas tecnologias?
Advogado: Inclui, até certo ponto. Estamos cientes das novidades, mas somos seletivos. Adotamos o que complementa nosso trabalho, não o que o substitui.
André: Poderia dar um exemplo?
Advogado: Utilizamos sistemas para organização interna, gestão de prazos. Mas a análise jurídica, a estratégia do caso, isso é feito por nós, não por máquinas.
André: Alguns poderiam dizer que isso é medo de mudança.
Advogado: Não é medo, é prudência. A história está cheia de exemplos de tecnologias adotadas sem critério, que depois se mostraram problemáticas. Pense nas questões de privacidade, vazamento de dados.
André: A segurança é uma preocupação legítima. Mas há protocolos avançados para proteger informações.
Advogado: Protocolos podem ser quebrados. Prefiro minimizar riscos quando se trata de informações sensíveis dos meus clientes.
André: E a pressão do mercado? Se grandes escritórios adotam IA e oferecem serviços mais rápidos e baratos, como competir?
Advogado: Oferecendo o que eles não podem: atenção personalizada, confidencialidade absoluta e um relacionamento de confiança construído ao longo dos anos.
André: Acredita que isso é suficiente no longo prazo?
Advogado: Acredito que qualidade e integridade são atemporais. Sempre haverá espaço para profissionais que colocam o cliente acima de modismos tecnológicos.
André: Por fim, se pudesse resumir sua posição em uma frase, qual seria?
Advogado: Tecnologia é ferramenta, não muleta. No Direito, a humanidade é insubstituível.
A resistência de advogados experientes à adoção da Inteligência Artificial é um fenômeno que merece uma análise cuidadosa. O advogado entrevistado apresenta argumentos sólidos, baseados na crença de que o Direito é uma disciplina profundamente humana, que requer empatia, interpretação e compreensão das complexidades sociais e culturais.
RAPIDEZ NÃO É SINÔNIMO DE QUALIDADE
Ele ressalta que a rapidez proporcionada pela IA não necessariamente melhora a qualidade do serviço jurídico. Há uma preocupação legítima de que a dependência excessiva em tecnologia possa levar à complacência, onde advogados confiam cegamente em resultados automatizados sem o devido questionamento crítico. Isso pode comprometer a qualidade das análises e das decisões tomadas.
A RELAÇÃO HUMANA NA ADVOCACIA
Além disso, o advogado enfatiza a importância da relação humana na advocacia. Clientes procuram confiança, confidencialidade e atenção personalizada—aspectos que, segundo ele, não podem ser replicados por máquinas ou softwares.
CONFIDENCIALIDADE E SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
A confidencialidade e a segurança das informações também são pontos críticos. Mesmo com protocolos avançados, há sempre o risco de vazamentos e violações de dados, o que justifica uma abordagem mais cautelosa.
A TECNOLOGIA REDEFININDO A PRÁTICA JURÍDICA
No entanto, é inegável que a tecnologia está redefinindo a prática jurídica. A Inteligência Artificial pode lidar com grandes volumes de dados, identificar padrões e agilizar processos burocráticos, liberando o advogado para se concentrar em estratégias mais complexas e no atendimento ao cliente.
PERDA DE HABILIDADES FUNDAMENTAIS
A preocupação com a possível perda de habilidades fundamentais devido à dependência tecnológica é válida. Mas isso não significa que a tecnologia deva ser rejeitada. Pelo contrário, uma integração equilibrada, onde a tecnologia complementa, mas não substitui a expertise humana, pode ser a chave.
COMPETITIVIDADE NO MERCADO JURÍDICO
A questão da competitividade também não pode ser ignorada. Escritórios que adotam tecnologias avançadas podem oferecer serviços mais rápidos e a custos menores. Embora a qualidade e a personalização sejam diferenciais importantes, a eficiência operacional é crucial em um mercado cada vez mais competitivo.
ENCONTRANDO O EQUILÍBRIO NECESSÁRIO
Em suma, a resistência baseada na preservação da essência humana da advocacia é compreensível e possui argumentos sólidos. No entanto, ignorar os benefícios potenciais da tecnologia pode ser uma estratégia arriscada. O desafio está em encontrar um equilíbrio que permita manter os valores fundamentais da profissão, enquanto se aproveita das ferramentas que podem aprimorar a prática jurídica.
INTEGRANDO TECNOLOGIA E HUMANIDADE
A resistência de alguns advogados em adotar tecnologias como a Inteligência Artificial é um debate complexo, com argumentos válidos de ambos os lados. Enquanto a preservação da humanidade e da qualidade na advocacia é crucial, a tecnologia oferece oportunidades inegáveis de melhoria e eficiência.
O FUTURO DA ADVOCACIA EM UM MUNDO TECNOLÓGICO
O futuro provavelmente pertence àqueles que conseguirem integrar o melhor dos dois mundos: a expertise humana com o apoio estratégico da tecnologia. Assim, a advocacia pode evoluir sem perder sua essência, garantindo relevância e competitividade em um mundo em constante mudança.
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