
Enquanto escritórios internacionais rompem limites e moldam a advocacia com inteligência artificial, advogados brasileiros se veem diante de uma encruzilhada decisiva: adaptar-se radicalmente à revolução digital ou arriscar-se à irrelevância.
No cenário global, escritórios como os da Europa e Estados Unidos estão empregando IA não apenas para automação, mas também para reinventar a gestão jurídica, aprimorar estratégias de atuação e transformar dados dispersos em conhecimento estratégico e competitivo.
Onde está o Brasil nessa corrida tecnológica? Será que estamos acompanhando, superando ou apenas observando a transformação acontecer?
"Enquanto no Brasil se discute se devemos usar IA, advogados gringos já discutem como usá-la melhor.
"
"A IA não apenas acelera a advocacia, ela eleva o padrão da produção jurídica ao eliminar erros humanos evitáveis.
"
White Paper (Thomson Reuters) – “The Business Case for AI at Your Law Firm”. Este white paper destaca que a adoção de IA já é realidade em muitos escritórios: uma pesquisa da Thomson Reuters indicou que 64% dos escritórios já utilizavam tecnologias de IA para pesquisa jurídica no início desta década, e 77% apontaram “aumento da eficiência” e “economia de tempo” como principais benefícios
. Com a chegada das ferramentas de IA generativa, o relatório sugere que elas podem agregar valor tanto no trabalho jurídico em si quanto na gestão do negócio do escritório, desde que usadas com os devidos controles e dados confiáveis
. Em suma, o documento constrói o case de negócios para investir em IA, mostrando que advogados e sócios veem na tecnologia um meio de entregar resultados com mais rapidez e eficiência, atendendo às expectativas de clientes e aumentando a competitividade.
White Paper (OpenText) – “The AI Tipping Point for Law Firms”. Publicado pela OpenText, foca no uso de IA para gerenciamento do conhecimento e busca interna nos escritórios. O white paper argumenta que a busca empresarial impulsionada por IA pode transformar a forma como escritórios identificam e usam seu próprio acervo de informações, trazendo ganhos em três frentes principais: conquista de novos negócios (respostas mais ágeis e precisas às demandas dos clientes), melhoria no serviço ao cliente (aproveitando precedentes, documentos e know-how interno), e vantagem competitiva por meio de processos internos mais eficientes
. O documento nota que, atualmente, muitas dessas informações internas estão espalhadas em silos e sistemas díspares, dificultando o acesso. Ao adotar ferramentas de busca com IA, um escritório consegue encontrar expertise interna e documentos relevantes em segundos, o que aumenta a produtividade da equipe e a qualidade do trabalho entregue ao cliente
.
White Paper (DRI – Defense Research Institute) – “Artificial Intelligence in Legal Practice: Benefits, Considerations, and Best Practices”. Este white paper, voltado para advogados litigantes, reforça que a IA deve ser vista como uma aliada que potencializa a produtividade, e não como uma ameaça. Os autores afirmam explicitamente que “a IA deve ser encarada como um benefício para a prática jurídica; algo que nos tornará mais produtivos, e não obsoletos”
. O documento discute considerações éticas e práticas da adoção de IA, reconhecendo que advogados precisam revisar todo resultado fornecido pela IA (garantindo acurácia e cumprimento de deveres de confidencialidade)
. Um ponto interessante abordado é se o modelo tradicional de cobrança por hora deverá ser ajustado para refletir os ganhos de eficiência trazidos pela IA – já que tarefas feitas mais rapidamente por IA poderiam reduzir horas faturáveis
. Em linhas gerais, o white paper conclui que a IA é indispensável e inevitável na advocacia moderna, exigindo responsabilidade no uso, mas trazendo melhorias substanciais na produtividade e qualidade do serviço jurídico
.
Relatório Global (Liquid Legal Institute) – “First Global Report on the State of AI in Legal Practice (AI in Law Firms 2023)”. Este extenso relatório global, baseado em pesquisa com mais de 200 escritórios de advocacia ao redor do mundo, traz dados valiosos sobre adoção de IA. Entre as conclusões: aproximadamente 38% das tarefas em escritórios são repetitivas e potencialmente automatizáveis por IA (especialmente pesquisa jurídica, revisão de documentos e geração de contratos)
. Já 51% dos escritórios pesquisados afirmaram já ter implementado alguma forma de IA, com adoção concentrada sobretudo nos maiores escritórios (+100 advogados) e também em muitos dos pequenos (1–10 advogados)
. O boom da IA generativa recente (pós-ChatGPT) acelerou essa tendência – 60% das firmas começaram a usar IA no último ano – indicando uma rápida incorporação de novas ferramentas
. O relatório também aponta mudanças na gestão interna: 43% dos escritórios já criaram unidades de inovação em IA, e 13% contrataram especialistas (como engenheiros de IA ou “prompt engineers”) para apoiar a implementação dessas tecnologias
. Em geral, o estudo conclui que os escritórios sentem pressão para se tornarem mais eficientes e veem na IA uma resposta a esse desafio
, embora enfrentem obstáculos como questões legais, privacidade e treinamento de pessoal para adoção plena da tecnologia.
Pesquisa/Relatório (Deloitte) – “The Future of Legal Work? – The use of Generative AI by legal departments”. Embora focado em departamentos jurídicos corporativos, este estudo da Deloitte (2023) oferece insights relevantes também para escritórios. A pesquisa com líderes jurídicos revelou que 79% acreditam que a IA generativa terá impacto moderado a significativo no modo como o trabalho jurídico é realizado no longo prazo, e 88% apontam ganhos de eficiência e produtividade como o principal benefício esperado dessa tecnologia
. Além disso, 87% dos entrevistados esperam uma ampla adoção da IA generativa no setor jurídico já nos próximos 2–3 anos
. O relatório observa que o maior obstáculo citado para implementar IA é a limitação de recursos e orçamento, mas enfatiza que as oportunidades em termos de redução de custos operacionais e aceleração do fluxo de trabalho jurídico são significativas. Em síntese, a Deloitte sugere que a IA generativa pode finalmente trazer as mudanças transformadoras há muito prometidas ao setor jurídico, impulsionando eficiência tanto na entrega de serviços jurídicos quanto na gestão interna dos departamentos e escritórios
.
Artigo (LexisNexis) – “Law Firms Need to ‘Fail Fast’ When Implementing an AI Strategy”. Neste artigo de 2024, publicado na comunidade da LexisNexis, são discutidas as estratégias de adoção de IA generativa em grandes escritórios. Dados de uma pesquisa citada mostram que 53% dos escritórios da lista Am Law 200 já adquiriram ferramentas de IA jurídica, e 43% já alocaram um item de orçamento específico para soluções de IA generativa
. Diante dessa rápida adoção, o conselho dos especialistas é não implementar de forma aleatória, mas sim desenvolver uma estratégia bem definida. Ilona Logvinova (consultora de inovação jurídica na McKinsey) observa que, se o escritório “traçar uma estratégia, entender onde está o potencial de automatização e alinhar sua tecnologia a essa estratégia, o valor proporcionado pela IA será tremendo”
. Em outras palavras, o artigo enfatiza que os gestores devem identificar quais tarefas e fluxos podem ser acelerados pela IA e estabelecer metas claras (por exemplo, acelerar pesquisas, automatizar minutas de contratos, etc.), para então experimentar rapidamente (“fail fast”) e ajustar a implementação. O resultado de uma abordagem estratégica assim é uma melhor integração das ferramentas de IA ao dia a dia do escritório, maximizando a eficiência sem comprometer a qualidade.
Artigo (EffortlessLegal via Lexology) – “Supercharge Your Law Firm with Automation”. Este artigo de 2023 explora ganhos práticos obtidos com automação e IA em tarefas rotineiras. Um dado impactante citado é que, segundo o McKinsey Global Institute, as tecnologias atuais já poderiam automatizar cerca de 23% das tarefas realizadas por um advogado e até 69% das tarefas de um assistente jurídico
. Ao automatizar essas tarefas administrativas e repetitivas (por ex.: preenchimento de formulários, triagem de documentos, faturamento), libera-se tempo precioso para os advogados focarem em atividades de maior valor agregado, como estratégia jurídica e aconselhamento ao cliente. O artigo lista benefícios concretos da automação, incluindo: aumento de eficiência e produtividade, melhoria na precisão (redução de erros), maior satisfação dos clientes e até melhora nas finanças do escritório (ex.: redução de faturas não pagas, agilidade no faturamento)
. Em suma, escritórios que abraçam a automação e a IA tendem a se tornar mais eficientes e competitivos, superando concorrentes que mantêm processos manuais
. O texto sugere iniciar identificando gargalos internos (como o tempo gasto em cobrança, agenda, revisão de documentos) e implementar soluções de IA/automação nesses pontos, o que resulta em lucro aumentado e menos desgaste para a equipe.
Guia (Law Society of England and Wales) – “Generative AI: The Essentials” (2024). A Ordem dos Advogados da Inglaterra e País de Gales produziu este guia para orientar advogados (especialmente de pequenos e médios escritórios) sobre o uso de IA generativa. O guia reconhece que a nova onda de ferramentas de IA generativa traz possibilidades inéditas de ganho de eficiência na advocacia, ao mesmo tempo em que gera novos riscos em termos de tecnologia e dados
. A Ordem observa que muitos escritórios já estão investindo nessas ferramentas visando melhorar a qualidade do serviço, reduzir custos e atender às novas demandas dos clientes
. O documento oferece noções básicas sobre IA (um glossário de termos como AI, LLM, chatbot etc.), discute oportunidades (por ex., automação de tarefas, acesso acelerado a informações) e riscos (por ex., preocupações com confidencialidade de dados inseridos em ferramentas de IA, acurácia dos resultados, viés algorítmico).
O guia orienta os profissionais a tomarem decisões informadas sobre se e como usar a IA, considerando fatores como segurança dos dados, consentimento do cliente e cumprimento das obrigações de ética profissional.
Em resumo, a Law Society encoraja a exploração responsável da IA – aproveitar os ganhos de eficiência e melhoria no serviço, mas sempre com prudência quanto a riscos e respeito às normas profissionais vigentes.
Diretriz Ética (American Bar Association – ABA) – Opinião Formal 512 (2024). A ABA, principal associação de advocacia dos EUA, emitiu em julho de 2024 sua primeira orientação formal sobre o uso de IA generativa na prática jurídica. Essa opinião ética sublinha que as obrigações profissionais tradicionais dos advogados também se aplicam ao usar IA
. Em particular, destaca deveres de competência, confidencialidade, comunicação e cobrança justa. Por exemplo, o advogado deve manter-se competente quanto à tecnologia empregada (entender como a IA opera, suas limitações e riscos) e proteger a confidencialidade das informações do cliente ao usar ferramentas de IA
. Um insight importante é a questão dos honorários: a ABA orienta que os advogados devem cobrar honorários razoáveis e condizentes com o tempo efetivamente gasto, mesmo que tenham utilizado IA – ou seja, não inflar horas apenas porque um trabalho foi feito com auxílio de IA mais rapidamente
. Em essência, a diretriz da ABA não proíbe o uso de IA, mas exige que os profissionais “considerem plenamente suas obrigações éticas” ao adotar essas ferramentas
. Isso inclui supervisionar a qualidade do output da IA, informar o cliente adequadamente quando apropriado e assegurar que a utilização da tecnologia redunde em benefício do cliente sem comprometer os padrões de diligência e sigilo profissional.
Cada um desses materiais oferece uma perspectiva prática sobre como a IA pode transformar a gestão de escritórios jurídicos e a produção jurídica, seja agilizando pesquisas e revisões, organizando o conhecimento interno ou automatizando tarefas administrativas.
Em conjunto, eles ressaltam que a adoção estratégica e responsável de inteligência artificial pode elevar a eficiência operacional e a qualidade dos serviços jurídicos, permitindo que advogados foquem no trabalho de maior valor e atendam melhor às expectativas dos clientes na era digital
. As publicações também concordam que, para colher esses benefícios, os escritórios devem planejar a implementação da IA com cuidado, mantendo treinamentos, políticas internas e observância das questões éticas – assegurando que a tecnologia sirva como uma aliada poderosa na advocacia, e não como um risco.
"A IA não vai substituir os advogados, mas os advogados que usam IA certamente vão substituir os que não usam.
"
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"Enquanto advogados tradicionais sacrificam noites e finais de semana em tarefas repetitivas, advogados que usam IA desfrutam de tempo livre e clientes mais satisfeitos.
"
Resumo estruturado em tabela com os principais insights dos materiais sobre o uso de inteligência artificial na advocacia:
Fonte / Autor | Tipo de Conteúdo | Principais Insights sobre IA na advocacia |
---|---|---|
Thomson Reuters | White Paper | – IA aumenta significativamente eficiência e economia de tempo. – IA generativa agrega valor em pesquisa jurídica e gestão interna. – Investimento em IA é crucial para competitividade. |
OpenText | White Paper | – IA melhora gerenciamento e busca do conhecimento interno do escritório. – Gera eficiência ao integrar dados internos dispersos. – Melhora qualidade e velocidade da resposta ao cliente. |
DRI (Defense Research Institute) | White Paper | – IA deve ser vista como aliada, aumentando produtividade sem tornar advogados obsoletos. – Questiona necessidade de ajuste em cobrança por hora devido à eficiência da IA. – Enfatiza responsabilidade ética e revisão humana em resultados gerados por IA. |
Liquid Legal Institute | Relatório Global | – 38% das tarefas jurídicas podem ser automatizadas por IA. – Forte aumento na adoção pós-ChatGPT (60% das firmas começaram em 2023). – Escritórios criam unidades especializadas e contratam profissionais específicos para implementação de IA. |
Deloitte | Pesquisa/Relatório | – IA generativa tem impacto significativo na eficiência e produtividade jurídica. – 88% das lideranças jurídicas esperam benefícios rápidos. – Maior obstáculo é recurso e orçamento, apesar de grandes oportunidades na redução de custos e agilização. |
LexisNexis | Artigo Profissional | – Necessidade de estratégia clara para adoção eficaz de IA. – “Fail fast”: testar rapidamente, ajustar e alinhar tecnologias ao workflow. – Escritórios líderes já alocam orçamento específico para IA. |
EffortlessLegal (Lexology) | Artigo Profissional | – Automação e IA liberam tempo para advogados atuarem em áreas estratégicas. – IA pode automatizar 23% das tarefas de advogados e até 69% de assistentes jurídicos. – Escritórios que adotam IA superam em eficiência e lucro os concorrentes manuais. |
Law Society of England and Wales | Guia | – IA generativa traz eficiência inédita e redução de custos para pequenos e médios escritórios. – Necessária prudência com riscos de segurança de dados e ética profissional. – Incentiva adoção responsável da IA após análise cuidadosa dos riscos e benefícios. |
American Bar Association (ABA) | Diretriz Ética | – Reforça que obrigações éticas tradicionais se aplicam integralmente ao uso de IA. – Advogados devem manter competência tecnológica e proteger confidencialidade. – Orienta cobrança justa de honorários, evitando inflar horas mesmo com tarefas aceleradas por IA. |
Esses insights indicam claramente que a adoção estratégica e responsável de IA pode revolucionar positivamente a gestão e eficiência jurídica, mantendo elevados padrões éticos e profissionais.
"A IA não apenas acelera a advocacia, ela eleva o padrão da produção jurídica ao eliminar erros humanos evitáveis.
"
Escritório | Ferramenta de IA | Área de Aplicação | Benefícios Alcançados | Fonte |
---|---|---|---|---|
Allen & Overy (UK) | Harvey (plataforma baseada em GPT-4 da OpenAI) | Consultas jurídicas gerais (contratos, due diligence, contencioso, compliance) | 3.500 advogados fizeram ~40 mil consultas em poucos meses; geração de conteúdo jurídico com eficiência e qualidade sem precedentes, agilizando soluções aos clientes . | Comunicado Allen & Overy (2023) |
Clifford Chance (UK) | Kira Systems (análise de contratos via ML) | Due diligence em fusões e aquisições | Revisão de contratos muito mais veloz e precisa – a IA busca cláusulas relevantes “out of the box”, reduz o tempo do due diligence tradicional e permite revisar um número maior de documentos, aumentando eficiência e qualidade do trabalho . | Comunicado Clifford Chance (2016) |
Baker McKenzie (Global) | eBrevia (análise de contratos via IA) | Revisão de contratos (M&A e transações) | Automatizou a extração de cláusulas-chave em milhares de contratos, acelerando due diligence global. Advogados ficaram mais eficientes e precisos, direcionando tempo a trabalho estratégico em vez de tarefas repetitivas de leitura . | Legal IT Insider (2017) |
Dentons (Global) | Luminance (Discovery) | Revisão de documentos em litígios (e-discovery) | Analisou 180 mil documentos em apenas 2 semanas para um caso de litígio, atingindo 85% de economia de tempo na revisão em comparação ao método manual. Permitiu reduzir drasticamente prazos e custos na fase de disclosure . | Press release Luminance (2020) |
BakerHostetler (EUA) | ROSS Intelligence (pesquisa jurídica via IBM Watson) | Pesquisa legal (equipe de Falências) | “Advogado digital” que reduz em ~22–30% o tempo de pesquisa jurídica. Usa linguagem natural para localizar precedentes relevantes quase instantaneamente, agilizando o trabalho de consultoria em insolvência . | The Washington Post / Ross PR (2016) |
Escritório | Ferramenta de IA | Área de Aplicação | Benefícios Alcançados | Fonte |
---|---|---|---|---|
JAP (Espanha, 3 advogados) | Luminance (IA de contratos) | Revisão contratual em due diligence (imobiliário) | Permitiu a um escritório de apenas 3 advogados realizar a análise de 150 contratos complexos 24 vezes mais rápido que o método manual. A IA identificou instantaneamente cláusulas críticas (“Descrição de Propriedade”) em documentos em espanhol, inglês e francês , nivelando a atuação do boutique à de firmas maiores. | Press release Luminance (2020) |
Pequenos escritórios (EUA) | Chatbots de atendimento (ex: LawDroid) | Atendimento ao cliente (triagem inicial) | Chatbots no site respondem dúvidas 24h por dia e coletam dados de novos clientes automaticamente. Esses assistentes virtuais dobram a captação de leads em comparação a formulários tradicionais, tornando o intake mais eficiente e conveniente tanto para o advogado quanto para o cliente . | Blog LawDroid (2022) |
(Obs.: Muitos pequenos escritórios também usam ferramentas de pesquisa jurídica com IA e automação de documentos padronizados para ganhar eficiência semelhante à de grandes firmas.)
Empresa/Depto. Jurídico | Ferramenta de IA | Área de Aplicação | Benefícios Alcançados | Fonte |
---|---|---|---|---|
JPMorgan Chase (EUA) | COIN (Contract Intelligence, IA proprietária) | Análise de contratos financeiros (empréstimos) | Automatizou a interpretação de 12 mil contratos de empréstimo em segundos – trabalho que consumiria 360 mil horas dos advogados por ano. Reduziu drasticamente erros humanos na extração de 150 atributos dos contratos e liberou a equipe jurídica para tarefas mais estratégicas . | Bloomberg News / Independent (2017) |
Telstra (Austrália) – Depto. Jurídico | Assistente NDA (ferramenta interna de IA + DocuSign) | Contratos de confidencialidade (NDAs) | Sistema self-service que permite às áreas de negócio gerar NDAs em minutos, já formatados e assinados digitalmente, sem precisar acionar diretamente o jurídico. O processo ágil recebeu “ótimas avaliações” internas, acelerando acordos padrão e liberando advogados para assuntos mais complexos . | Legal Week Intelligence (2018) |
Nas tabelas acima, vemos uma variedade de aplicações reais e recentes de inteligência artificial em serviços jurídicos, abrangendo grandes escritórios internacionais, escritórios boutique e departamentos jurídicos internos de empresas.
Esses exemplos incluem análise e revisão de contratos, análise documental em litígios, pesquisa jurídica, atendimento inicial a clientes e outras tarefas rotineiras — todos proporcionando melhorias em eficiência, velocidade, precisão, redução de custos e permitindo que advogados dediquem seu tempo a trabalhos mais estratégicos e de alto valor.
Cada caso é documentado por fontes confiáveis, demonstrando como a IA está sendo utilizada atualmente na indústria jurídica.
Escritório | Ferramenta de IA | Área aplicada | Benefícios alcançados | Fonte |
---|---|---|---|---|
Machado Meyer Advogados | Microsoft Azure OpenAI Service (IA Generativa da Microsoft) | Tradução de documentos, revisão de textos, resumos e pesquisa jurídica | Obtenção de informações mais ágil e conteúdo de maior qualidade, liberando advogados para atividades estratégicas | Valor Económico (LawInnovation) |
Demarest Advogados | Microsoft Copilot (ferramenta conversacional via IA) | Geração de conteúdo jurídico com base em jurimetria para otimização de processos judiciais | Automação de etapas processuais e agilização na elaboração de documentos, mantendo a privacidade e segurança dos dados dos clientes | Valor Económico |
BMA – Barbosa Müssnich Aragão | Robôs de RPA (já em uso) e robô de IA próprio (em desenvolvimento) | Tarefas administrativas repetitivas (backoffice); elaboração de contratos complexos (fusões e aquisições) | Eliminação de trabalho manual repetitivo no dia a dia e perspectiva de acelerar a redação de contratos de M&A, com verificação humana para garantir precisão | Valor Económico |
Escritório em Recife (PE) | IBM Watson | Automação de serviços repetitivos (ex.: preenchimento de dados em sistemas) | Redução de erros operacionais – acurácia no preenchimento de dados aumentada de ~75% para 95% após adoção da IA | Migalhas |
Empresa | Ferramenta de IA | Área aplicada | Benefícios alcançados | Fonte |
---|---|---|---|---|
PepsiCo (Brasil) | Plataforma eLaw (ecossistema com agentes de IA generativa) | Gestão do contencioso e análises jurídicas (BI e relatórios financeiros) | Fortalecimento do controle de litígios e melhor análise de dados, aumentando a eficiência operacional e gerando ganhos financeiros no departamento jurídico | Exame |
Carrefour (Brasil) | eLaw (ferramenta com IA generativa) | Contencioso trabalhista – automação do cadastro de novos processos judiciais | Redução do tempo de registro de processos trabalhistas, liberando a equipe para atividades de maior valor e alinhando o jurídico aos objetivos corporativos (parte da transformação digital do deptº) | Exame |
Banco BMG | Plataforma Enter AI (defesas jurídicas automatizadas por IA) | Contencioso de alto volume (ações trabalhistas e de consumo) | Diminuição do tempo e custo na preparação de defesas em massa; aumento de 7% a 21% na taxa de êxito dessas ações em comparação aos métodos tradicionais | Conjur / Exame |
Os escritórios brasileiros, em grande parte, ainda operam sob uma lógica tradicional que pouco desafia o status quo.
Enquanto líderes globais encaram a IA como alavanca estratégica, redefinindo não só tarefas rotineiras mas o próprio modelo de negócios, o mercado jurídico brasileiro mostra-se tímido, investindo frequentemente em soluções tecnológicas superficiais e limitadas a questões operacionais básicas.
Ainda assim, já surgem movimentos promissores e pontuais de inovação em escritórios que ousam ir além, assumindo riscos calculados para abraçar a transformação digital genuína.
Esses exemplos devem servir como inspiração para que o Brasil dê um salto qualitativo, aproveitando a IA não apenas como ferramenta, mas como motor de transformação disruptiva.
O país está diante de uma oportunidade única: usar sua reconhecida criatividade e capacidade de adaptação para transformar radicalmente o setor jurídico, superando as práticas estrangeiras não apenas em eficiência operacional, mas sobretudo em inovação disruptiva.
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