Parece que a Cacau Show virou um estudo de caso obrigatório para qualquer um que se gaba de ter “cultura forte” e um “discurso de marca impecável”.
As crises de marca são, muitas vezes, sintomas de problemas mais profundos na cultura da empresa...
A crise da Cacau Show, que sempre vendeu afeto e empreendedorismo, expôs acusações que pintam um quadro bem diferente: medo, coação e um suposto culto à personalidade do fundador.
O escândalo não é um problema isolado, mas o colapso simbólico de uma marca cujo discurso se distanciou perigosamente da prática. As denúncias revelam uma cultura sufocante que, em vez de gerar pertencimento, criou um ambiente de controle e silêncio. No fim das contas, é a prova de que uma cultura tóxica, assim como chocolate de má qualidade, deixa um gosto amargo que nenhuma embalagem bonita consegue esconder.
Leia a matéria completa aqui →Essa crise é um banho de água fria (ou, no caso, um chocolate amargo que desce torto) para o mundo corporativo em geral. E sim, meu caro, especialmente para os nossos queridos escritórios de advocacia, que muitas vezes vivem em suas próprias bolhas de “excelência e tradição”.
"Marca forte? Não, marca inflada. Quando a cultura é um Powerpoint e não uma prática, o tombo é inevitável. E acredite, no mundo jurídico, ele dói mais.
"
"A cultura de um escritório, ao contrário de uma jurisprudência, não muda de repente. Ela corrói a alma e a marca, lentamente, até virar pó.
"
Você leu, eu li, e a Cacau Show, infelizmente, virou mais do que uma denúncia: é um lembrete estridente. Um megafone na cara de quem acha que o branding, a reputação e a cultura são só PowerPoints bonitos e discursos inspiradores no evento de fim de ano.
No fundo, é a prova de que, quando o que se diz e o que se faz moram em universos paralelos, a bomba-relógio do problema explode.
E os escritórios de advocacia, meus caros, acham que crise é só coisa de cliente, não é? Pura ilusão.
"No universo da advocacia, alguns só se preocupam com a imagem externa, esquecendo que a imagem interna é a fundação que sustenta (ou rui) tudo.
"
A Cacau Show vendia afeto, brasilidade, um sonho de empreendedorismo inclusivo. Mas a prática, pelo visto, era outra: coação, medo, culto à personalidade.
E nos escritórios? Quantas bancas não se gabam de "excelência inquestionável", "ambiente colaborativo", "inovação" e "valorização do capital humano"?
A erosão da coerência simbólica aqui não é sobre chocolate que derrete, mas sobre a reputação que evapora quando o discurso de "melhor lugar para trabalhar" bate de frente com uma fila de ex-funcionários estressados e traumatizados.
No caso da Cacau Show, fala-se de uma liderança que confundiu liturgia com inspiração, e que se transformou em imposição. Resultado? Uma cultura que sufoca.
Não soa familiar? Quantos escritórios não têm aquele "sócio-fundador-quase-divino" cuja palavra é lei? Aquele líder que ocupa todos os espaços, que dá a última palavra em tudo, desde a estratégia de negócios até a cor do papel de parede?
Isso é péssimo. Quando a liderança centraliza demais, o que deveria gerar pertencimento acaba gerando medo. Medo de inovar, de questionar, de ser você mesmo. E o medo, no mundo corporativo, é a gasolina mais potente para incêndios reputacionais.
As denúncias da Cacau Show envolviam rituais, tatuagens e cânticos. Nos escritórios, talvez não haja tatuagens (a não ser as olheiras permanentes), mas há "rituais" igualmente perniciosos:
O engajamento forçado é o marketing do medo, e ele sempre implode. Marcas que não escutam no corredor acabam se explicando nos tribunais.
"Crise não é só coisa de cliente. Seu escritório pode ser a próxima manchete – não por um caso de sucesso, mas por uma cultura de fracasso.
"
Lições da crise da Cacau Show para o mundo corporativo e jurídico.
O caso serve como um estudo amargo sobre a desconexão entre o discurso de marca e a prática interna. Demonstra que uma "cultura forte" ou um "discurso impecável" são fachadas vazias se não forem sustentados por uma prática coerente e ética. É um lembrete de que problemas culturais profundos, se ignorados, acabarão por corroer a marca e a reputação.
A crise é um alerta universal. Muitos escritórios se gabam de "excelência" e "ambiente colaborativo", enquanto na prática mantêm uma cultura de horas faturáveis, pressão excessiva e hierarquia sufocante. O abismo entre o que se diz e o que se faz leva à perda de reputação e à deterioração do ambiente, independentemente do setor.
O caso expõe vários "abismos" perigosos:
A liderança centralizadora confundiu "liturgia com inspiração", transformando-se em imposição e gerando medo. Essa centralização sufoca a inovação. Além disso, denúncias de "rituais" e cânticos revelam um engajamento forçado que é, na verdade, "marketing do medo", onde o silêncio complacente e a retaliação se tornam a norma.
Existem "rituais" igualmente prejudiciais que criam um ambiente tóxico:
É crucial porque a incoerência é uma bomba-relógio. Uma marca forte não é uma "marca inflada" por discursos vazios, mas uma cuja cultura é vivida diariamente. Quando a cultura é só teoria, o "tombo é inevitável", levando à erosão da reputação e ao esgotamento dos colaboradores. Marcas que não ouvem internamente acabam se explicando nos tribunais.
Empresas precisam de:
A cultura é a fundação que sustenta (ou derruba) a marca. Ao contrário de uma jurisprudência, uma cultura tóxica não muda de repente; ela corrói a alma da empresa lentamente. O caso prova que, independentemente do sucesso externo, uma cultura interna incoerente levará ao colapso. Manter uma cultura saudável é mais importante do que qualquer post de sucesso no LinkedIn.
Se você quer preservar algo além da sua placa dourada na porta, vai precisar de:
Coragem para tirar o “sócio-fundador-quase-divino” do centro de todas as decisões e empoderar novas lideranças (mesmo que elas tenham ideias malucas sobre diversidade ou equilíbrio de vida).
Coragem para abrir a “caixa-preta” das promoções, da remuneração e dos critérios de parceria com auditoria independente – sim, eu sei, a alma do negócio.
Coragem para criar um comitê de integridade (e não de fachada, por favor!) que não obedeça cegamente à cúpula.
Coragem para reparar, para escutar de verdade (e não só o que é conveniente), para mudar. E, acima de tudo, para não responder com nota oficial vazia, mas com humildade.
Porque toda crise é também uma chance. É a chance de “reinaugurar” a sua marca, de resgatar a reputação e, mais importante, de reconstruir o vínculo com a sua principal audiência interna: o seu pessoal. Mas isso só acontece quando o escritório entende que o dano não é só na imagem; é na sua cultura.
E a cultura, ao contrário do Código Civil, não muda da noite para o dia. Ela se constrói e se desconstrói aos poucos. E é bem mais importante do que qualquer caso de sucesso que você vai postar no LinkedIn. Pensem nisso. E se precisarem de ajuda para alinhar o discurso com a prática… bem, vocês sabem onde me encontrar. 😉
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