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Nos últimos anos, a emergência da inteligência artificial (IA) generativa, como ChatGPT, DALL-E e LaMDA, tem levantado questões importantes sobre o futuro do trabalho e da economia global. Essa nova geração de IA se destaca pela capacidade de gerar conteúdo semelhante ao humano e de superar barreiras de comunicação entre humanos e máquinas, indicando um avanço significativo que pode gerar impactos econômicos expressivos.
Os operadores do direito enfrentam um cenário de transformação em que a inteligência artificial pode ser uma aliada ou uma fonte de desafios. O estudo realizado por Briggs e Kodnani estima que cerca de 44% das tarefas realizadas atualmente por profissionais da área jurídica nos EUA podem ser automatizadas pela IA. Tais tarefas incluem:
Apesar dessas capacidades, a IA provavelmente não substituirá totalmente os advogados, pois muitas atividades requerem criatividade, julgamento humano e habilidades de negociação, que são difíceis de serem replicadas por IA. A IA funcionará como um complemento, ajudando a otimizar tarefas repetitivas e liberando os profissionais para focarem em aspectos mais estratégicos e complexos de suas funções.
A automação das tarefas proporcionada pela IA tem um potencial significativo para aumentar a produtividade do trabalho e, consequentemente, o crescimento econômico. De acordo com a análise de Briggs e Kodnani, a IA poderia aumentar a produtividade anual do trabalho nos EUA em até 1,5 ponto percentual durante um período de dez anos após a sua adoção generalizada.
Os principais mecanismos através dos quais a IA generativa pode impulsionar o crescimento incluem:
Embora os impactos positivos sejam promissores, é importante reconhecer que a magnitude e o ritmo do impacto da IA na produtividade e no crescimento econômico ainda são incertos. Isso depende de fatores como a capacidade da IA, a taxa de adoção e a adaptação do mercado de trabalho.
A análise do relatório "The Potentially Large Effects of Artificial Intelligence on Economic Growth" destaca que, embora a IA generativa possa automatizar um grande número de tarefas, a maioria dos empregos e setores está apenas parcialmente exposta à automação. Ou seja, a IA atuará mais como um complemento ao trabalho humano do que como uma substituição.
Os advogados, por exemplo, poderão contar com a IA para auxiliar na revisão de documentos, análise de contratos e até mesmo na formulação de relatórios jurídicos. No entanto, atividades que envolvem negociação, presença em tribunais e desenvolvimento de estratégias legais continuarão sendo conduzidas por humanos, pois requerem uma compreensão contextual profunda e empatia – capacidades ainda limitadas para IA.
O impacto da inteligência artificial generativa no crescimento econômico e no setor jurídico será profundo e significativo. A capacidade da IA de automatizar tarefas, aumentar a produtividade e criar novas oportunidades de emprego aponta para um futuro promissor. No entanto, é crucial que os operadores do direito e demais trabalhadores estejam preparados para as mudanças, desenvolvendo novas habilidades e adaptando-se às novas demandas.
O futuro do trabalho com a IA será colaborativo, onde humanos e máquinas trabalharão juntos para aumentar a eficiência e a produtividade. É fundamental que políticas de treinamento e educação sejam implementadas para garantir que os trabalhadores possam se adaptar a essa nova realidade.
André Medeiros é especialista em gestão para escritórios de advocacia e entusiasta da Inteligência Artificial no Direito e Legal Design. Acompanhe suas análises e insights sobre o futuro da advocacia.
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