A advocacia mudou. O problema é que a mentalidade da maioria dos escritórios ainda está presa no século passado. O velho contrato – lealdade em troca de um salário e a promessa vaga de uma cadeira de sócio daqui a 20 anos – não é mais um acordo. É uma piada.
O modelo do advogado-engrenagem, que apenas executa tarefas em uma linha de produção jurídica, chegou ao fim. Ele foi morto pela ambição, pela tecnologia e pela simples constatação de que talento de verdade não se contenta em ser apenas um recurso. Talento quer ser um multiplicador.
É aqui que a EMPREGATIVIDADE deixa de ser um conceito e se torna uma arma de sobrevivência.
Não estamos falando de uma nova camada de verniz sobre o “employer branding”. Estamos falando de uma recalibração fundamental da própria natureza de um escritório de advocacia. A pergunta-chave deixou de ser “o que o escritório oferece?” para se tornar “o que o escritório potencializa?”.
Um escritório que adota a Empregatividade entende que não é mais um mero empregador. Ele é uma plataforma. Um porto seguro é confortável, mas os melhores navios não foram feitos para ficar no porto. Eles foram feitos para desbravar oceanos. Da mesma forma, os melhores advogados não buscam um emprego; buscam uma plataforma de lançamento para suas carreiras, suas teses, seu legado.
O escritório fornece o combustível – casos de alto impacto, a marca, os recursos. O advogado fornece o motor – o intelecto, a ambição, a capacidade de criar o futuro. A troca é brutalmente honesta: você me dá um palco para brilhar, e eu te entrego resultados que o dinheiro sozinho não pode comprar.
A consequência para quem ignora isso é clara e fatal. Escritórios que continuam a tratar talentos como peças descartáveis se tornarão, na melhor das hipóteses, um celeiro de talentos para a concorrência. Eles vão gastar fortunas para recrutar, treinar e desenvolver profissionais que, no auge de sua capacidade, irão embora para fundar o escritório concorrente ou para se juntar a quem lhes ofereceu um desafio, e não apenas um cargo.
No fim das contas, a Empregatividade é a resposta para a pergunta mais importante que um sócio pode se fazer hoje: “Por que o melhor advogado do mercado deveria trabalhar para mim, e não contra mim?”
Se a sua resposta ainda for “porque eu pago bem”, você já perdeu.
A guerra por clientes é uma consequência. A verdadeira batalha, a que define quem domina e quem desaparece, é pela posse dos talentos que vencem essa guerra. Empregatividade não é uma opção. É o único arsenal que importa.