Inteligência artificial: da simbiose à curadoria

O novo colonialismo digital, agora com um toque de sedução

Eu sou um entusiasta da inteligência artificial. Nos últimos dois anos, estive na linha de frente dessa revolução, como um explorador desbravando um continente novo e reluzente. Escrevi um livro, publiquei dezenas de artigos e transformei escritórios de advocacia em usinas de eficiência com meu IAthon, uma maratona que treinou centenas de advogados.

 

Cada petição gerada em minutos, cada jurisprudência encontrada em segundos, parecia um feitiço de poder absoluto. Mas, como em todo conto de fadas, havia um dragão à espreita.

 

A euforia inicial virou uma inquietação que me tira o sono. Toda essa eficiência não trouxe mais qualidade de vida, nem uma advocacia mais humana, nem uma reflexão séria sobre o futuro da profissão.

 

Em vez disso, nos tornamos viciados, correndo atrás de uma dose barata de dopamina digital.

 

A primeira petição instantânea é um êxtase. A segunda é agradável. A terceira?

 

Só mais uma tarefa riscada da lista.

 

Sem a IA, nos sentimos nus, com o cérebro preguiçoso e a criatividade encolhida. A ferramenta que prometia liberdade nos colocou numa coleira dourada, e nós, como súditos obedientes, agradecemos pelo privilégio.

 

Este artigo não é um manifesto contra a inteligência artificial. Não vou sugerir que você jogue seu laptop no lixo e desenterre a máquina de escrever.

 

É um desafio para abandonar o papel de usuário passivo e se tornar um curador, um mestre que não apenas usa a IA, mas a domina, molda e subverte.

 

Chega de prompts que pedem respostas prontas para fazer o mesmo trabalho de sempre, só mais rápido. A verdadeira revolução está em usar a IA para criar uma advocacia tão audaciosa que desafie as fundações do sistema jurídico.

 

Vamos recuperar a soberania intelectual ou continuar clicando “Aceito” como quem entrega a alma sem ler o contrato?

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Enquanto você digita prompts para petições prontas, o Judiciário usa IA para triar seus recursos. Quem está realmente no comando?

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A advocacia viciada em IA é como um chef que só usa micro-ondas: eficiente, mas sem alma. Que tal cozinhar algo revolucionário?

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Como escapar da armadilha do vício?

Regras de etiqueta para prompts ou limites de uso são como tentar curar um vício em chocolate comendo só meio tablete. Não funciona. A solução é transmutação: deixar de ser o advogado que consome tecnologia como um autômato e se tornar o alquimista que manipula a IA para criar algo novo, inesperado, revolucionário.

Veja três transmutações práticas, com prompts que não apenas desafiam o status quo, mas explodem os limites do que a advocacia pode ser.

O advogado viciado trata a IA como um estagiário subserviente. “Redija uma minuta de agravo de instrumento”, ele digita, recebe um texto genérico e se sente produtivo. Parabéns, você virou um revisor de textos de máquina. O curador transforma a IA num adversário impiedoso, um espelho que revela suas fraquezas antes que o tribunal o faça.

 

Prompt do curador:
“Assuma o papel de um advogado adversário com inteligência estratégica e conhecimento enciclopédico. Com base nos fatos do meu caso (descreva-os aqui), construa uma contra-argumentação tão devastadora que me deixe sem saída, usando jurisprudência recente, doutrina nacional e princípios filosóficos, como justiça distributiva, para expor três falhas lógicas ou estratégicas na minha tese. Em seguida, mude de lado e refute cada argumento com uma defesa brilhante, integrando insights de psicologia comportamental ou sociologia, se aplicável. Por fim, identifique uma vulnerabilidade na sua refutação e sugira uma reformulação da minha tese que a torne inabalável, com uma frase inicial que desarme o oponente e cative o julgador.”

 

Este prompt não entrega uma petição pronta. Ele cria um ringue jurídico virtual, onde a IA simula um confronto brutal, forçando o advogado a antecipar golpes, corrigir falhas e construir uma tese à prova de balas. É advocacia como arte marcial intelectual.

O advogado viciado usa a IA como uma biblioteca turbinada. “Encontre julgados favoráveis”, ele pede, achando que está revolucionando. Enquanto isso, o Judiciário, com 66% dos tribunais usando IA, segundo o Conselho Nacional de Justiça, já delega a triagem de recursos a sistemas como Victor (STF) e Athos (STJ). O curador não escreve para juízes; ele escreve para algoritmos que decidem o que os juízes verão.

 

Prompt do curador:

“Analise 100 acórdãos recentes do STF e STJ sobre o tema X, focando em Recursos Extraordinários e Especiais admitidos. Identifique padrões semânticos, palavras-chave e estruturas argumentativas que os sistemas Victor e Athos priorizam na triagem, incluindo vieses implícitos nos filtros algorítmicos. Reescreva os três primeiros parágrafos do meu recurso para garantir admissibilidade com 95% de probabilidade, mantendo a profundidade jurídica. Adicione uma frase inicial que combine impacto retórico para o julgador humano com apelo algorítmico para o sistema. Por fim, sugira um argumento lateral, baseado numa conexão inesperada com outro ramo do Direito, como direito ambiental ou tributário, para destacar meu recurso na multidão.”

 

Este prompt transforma o advogado num sabotador estratégico. Ele usa a IA para decifrar o código do Judiciário digital, garantindo que seu recurso passe pelo filtro algorítmico e brilhe na mesa do juiz. É advocacia com precisão de laser e audácia de hacker.

O advogado viciado aceita os fatos do cliente como dogma. “Resuma isso para mim”, ele pede, preso numa narrativa limitada. O curador usa a IA para esculpir realidades alternativas, testando universos jurídicos que desafiam as premissas do caso e do sistema.

 

Prompt do curador:
“Meu cliente foi demitido por justa causa, acusado de insubordinação com base em três e-mails. Ignore a jurisprudência convencional. Combine a Teoria do Abuso de Direito, os princípios da boa-fé objetiva e estudos interdisciplinares sobre dinâmicas de poder no ambiente corporativo para recontextualizar esses e-mails como evidências de opressão estrutural. Gere cinco narrativas jurídicas inovadoras, cada uma com uma tese que misture direito trabalhista, psicologia organizacional e referências culturais, como analogias à distopia corporativa. Selecione a tese com maior potencial disruptivo e desenvolva uma estratégia de argumentação que combine rigor técnico para o tribunal e apelo emocional para mobilizar a opinião pública.”

 

Este prompt é uma máquina de reinvenção. Ele usa a IA para criar narrativas que desafiam o status quo, transformando um caso trivial numa causa que pode redefinir conceitos como “justa causa”. O curador não resolve casos; ele molda o futuro da justiça.

Brasil e a IA: Um romance apaixonado, mas meio desajeitado

Enquanto o mundo tenta domar a fera da inteligência artificial, o Brasil dança um samba meio desajeitado com ela.

Vamos dar uma espiada nos números para ver como estamos nos saindo, ou tropeçando, nesse flerte digital.

Brasil e a Inteligência Artificial

Explore a relação do Brasil com a IA através de dados e gráficos interativos.

Adoção Popular da IA

Em 2024, 54% dos brasileiros experimentaram IA generativa, contra 48% da média global. Google/Ipsos

Uso Profissional da IA

68% dos profissionais do conhecimento no Brasil usam IA pelo menos uma vez por dia, contra 55% nos EUA que usam regularmente. Read AI, DemandSage

Confiança na Tecnologia

65% dos brasileiros confiam no potencial da IA, e 60% acreditam que ela vai criar mais empregos, enquanto globalmente 57% confiam e 49% esperam novos empregos. Google/Ipsos

Adoção Corporativa

Apenas 13% das empresas brasileiras usaram IA nos últimos dois anos, quase todas grandes, contra 72% das organizações globais. TIC Empresas

Popularidade do ChatGPT

O Brasil é o 4º país com mais acessos ao ChatGPT (128,7 mil em jan/2024), atrás de EUA, Índia e Indonésia. Semrush

IA no Ambiente de Trabalho

78% dos profissionais brasileiros usam IA no dia a dia, contra 65% das empresas globais. Google/Ipsos, DemandSage

Perspectivas para Amanhã

No Brasil, o número de usuários de IA mais que dobrou desde o início de 2025, alcançando meados de julho de 2025. Globalmente, projeta-se um crescimento de 20%, chegando a 378 milhões de usuários. Read AI, AltIndex

Resumo em tabela:

Métrica

Brasil

Exterior (Global/EUA)

Fonte

Uso de IA generativa (população geral)

54% dos brasileiros utilizaram IA generativa em 2024.

Média global: 48% em 2024.

Google/Ipsos

Uso diário de IA (profissionais)

68% dos profissionais do conhecimento usam IA ao menos uma vez por dia.

55% dos americanos usam IA regularmente.

Read AI

Confiança e otimismo com a IA

65% confiam no potencial da IA; 60% acreditam em mais empregos.

Global: 57% confiam; 49% acreditam em mais empregos.

Google/Ipsos

Adoção de IA por empresas

13% das empresas brasileiras usaram IA nos últimos dois anos.

72% das organizações globais integram IA.

TIC Empresas / Fontes globais

Ranking de acesso ao ChatGPT

4º lugar (128,7 mil acessos em jan/2024).

1º EUA (493,5 mil), 2º Índia (290 mil), 3º Indonésia (153,9 mil).

Semrush

Uso de IA no trabalho

78% dos profissionais brasileiros usam IA no dia a dia.

65% das empresas globais usam IA em alguma função.

Google/Ipsos / DemandSage

Projeção de crescimento de usuários

Usuários no Brasil mais que dobraram em 2025.

Crescimento global de 20%, atingindo 378 milhões de usuários.

Read AI / AltIndex

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Ser um operador de prompts é fácil. Ser um advogado-curador é criar tsunamis jurídicos enquanto os outros surfam ondas pequenas.

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A IA e o novo “Requerimiento”: Aceite ou dance, meu bem!

Imagine a cena: colonizadores espanhóis, em 1513, gritando o “Requerimiento” em espanhol para indígenas que nem sonhavam com o idioma.

Um texto pomposo, cheio de justificativas teológicas e jurídicas, lido de navios ou no meio do caos, só para dizer: “Se não obedecerem, a culpa é de vocês!” Agora, troque os espanhóis por plataformas de IA, o papel por termos de uso que ninguém lê, e os indígenas por… nós.

A IA chega com promessas de eficiência, mas com um sorrisinho maroto de quem sabe que está no comando.

Estamos aceitando o novo “Requerimiento” digital sem entender o que assinamos?

 

O “Requerimiento” era uma palhaçada jurídica, lida em língua estranha para legitimar a conquista. Hoje, clicamos “Aceito” em termos de uso impenetráveis, entregamos nossos dados e a IA agradece: “Obrigada, agora sou eu quem mando.”

 

No Brasil, somos viciados (4º em acessos ao ChatGPT, Semrush), mas produzimos pouco (13% das empresas usam IA, TIC Empresas). Somos o estagiário obediente, alimentando plataformas gringas enquanto elas ditam as regras. A questão é: vamos continuar dançando ou tomar as rédeas?

 

Perspectiva crítica do uso da IA na advocacia:

Título

Descrição do Problema

Impactos Reais para a Advocacia Brasileira

Colonialismo digital e dependência tecnológica

Brasil é o 4º em acessos ao ChatGPT, mas só 13% das empresas usam IA, tornando-nos consumidores de tecnologia estrangeira.

Submissão a plataformas como Thomson Reuters e LexisNexis, vulnerabilidade a mudanças de preços e risco de violação de sigilo via Cloud Act.

Falso consentimento e extração de dados

Termos de uso são um “Requerimiento” moderno, com consentimento fictício para extração de dados.

Violação do sigilo profissional (Art. 7º, II, Estatuto da OAB) e responsabilidade civil por vazamento de dados.

Precarização e “uberização” do trabalho jurídico

Automação transforma trabalho intelectual em commodity, substituindo advogados juniores por “fábricas de petições”.

Achatamento de salários, plataformas de “advogados por tarefa” e desvalorização da advocacia como profissão intelectual.

Viés algorítmico e injustiça automatizada

IAs treinadas com dados históricos podem ampliar preconceitos, sugerindo decisões discriminatórias.

Risco de decisões judiciais que violam a isonomia e desafio de auditar caixas-pretas algorítmicas.

Padronização cultural e perda da doutrina nacional

IA favorece doutrina estrangeira, ignorando a riqueza do pensamento jurídico brasileiro.

Enfraquecimento da doutrina nacional e formação de advogados que desconhecem conceitos locais.

Atrofia cognitiva e dependência intelectual

Uso excessivo de IA atrofia o raciocínio crítico, transformando advogados em “operadores de prompts”.

Advogados com baixa capacidade estratégica, facilmente substituíveis.

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A IA não é sua estagiária; é seu sparring partner. Está pronto para levar um soco jurídico ou prefere continuar editando textos genéricos?

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O advogado-curador não pede respostas à IA; ele faz perguntas que desafiam o próprio sistema jurídico. Qual é a sua pergunta hoje?

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Com 66% dos tribunais brasileiros usando IA, escrever para juízes é coisa do passado. Aprenda a falar com os algoritmos ou coma poeira.

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Se a advocacia está acelerando com IA, o Judiciário já está na pole position

Enquanto os advogados celebram petições geradas em um piscar de olhos, o Judiciário brasileiro não está apenas acompanhando, ele está liderando a corrida digital com a confiança de quem já ganhou o troféu. 

Com 66% dos tribunais usando IA, segundo o Conselho Nacional de Justiça, a justiça virou um showroom tecnológico, com sistemas que triam recursos, sugerem sentenças e farejam acordos.

Enquanto você digita prompts para impressionar o cliente, o juiz já tem um assistente digital reorganizando o caos processual. A questão é: você vai usar essa revolução para se destacar ou para comer poeira?

O CNJ, com sua plataforma Sinapses, é o cérebro por trás dessa transformação, conectando tribunais e compartilhando modelos de IA.

O resultado? Sistemas como Victor, Athos e ApoIA, que transformam montanhas de processos em fluxos quase civilizados. A tabela abaixo detalha os principais sistemas de IA no Judiciário brasileiro.

 

Sistemas de IA no Judiciário brasileiro: Um panorama

 

Nome da IA

Tribunal(is)

Descrição

Propósito

Victor

Supremo Tribunal Federal (STF)

Analisa Recursos Extraordinários, convertendo peças processuais em texto e identificando Temas de Repercussão Geral.

Aumentar celeridade, automatizando triagem e liberando servidores para tarefas complexas.

Athos

Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Analisa Recursos Especiais, agrupando-os por matéria jurídica e identificando casos representativos.

Gerenciar acervo processual, aplicando teses a processos idênticos.

ApoIA

Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e outros via Sinapses

Sugere minutas de sentenças para casos de massa com base em jurisprudência consolidada.

Acelerar decisões em varas de alta demanda, como direito do consumidor.

Radar

Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)

Identifica demandas de massa e processos com risco de prescrição, emitindo alertas.

Prevenir prescrição e otimizar fluxo de trabalho.

Elisa

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ)

Analisa execuções fiscais, priorizando ações com maior chance de recuperação de crédito.

Aumentar eficiência na cobrança fiscal.

Sistema de Análise de Admissibilidade de Recursos

Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4)

Verifica requisitos formais para admissibilidade de recursos.

Reduzir tramitação, automatizando verificações burocráticas.

Outras iniciativas no Judiciário

 

Nome da IA / Sistema

Tribunal / Órgão

Descrição

Propósito

Hórus

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT)

Identifica processos com alta probabilidade de acordo para conciliação.

Promover resolução consensual, desafogando varas.

IA no PJe (Justiça do Trabalho)

Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs)

Automatiza cálculos de liquidação de sentença.

Acelerar execução, reduzindo erros.

Sapiens

Advocacia-Geral da União (AGU)

Analisa documentos, identifica teses e sugere minutas.

Gerenciar contencioso de massa da União.

IA em órgãos de defesa do consumidor (Procon)


A plataforma Consumidor.gov.br, da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), usa IA para:

  • Triagem e classificação: Classifica reclamações por tema (exemplo: “cobrança indevida”).

  • Identificação de padrões: Detecta picos de problemas contra empresas ou produtos.

  • Análise de sentimento: Avalia satisfação nas respostas e réplicas.

  • Facilitação de acordos: Sugere propostas com alta chance de aceitação.

  •  

IA em órgãos de fiscalização (Receita Federal)

 

Nome da IA / Sistema

Órgão

Descrição

Propósito

Harpia

Receita Federal do Brasil (RFB)

Cruza dados de declarações, notas fiscais, movimentações financeiras e mais.

 

 

Você não deveria fazer prompts apenas com lógica, mas para o próprio algoritmo das IAs do Judiciário

Com 66% dos tribunais brasileiros usando IA, o Judiciário não está apenas acelerando, ele está ditando as regras do jogo digital. Enquanto advogados digitam prompts como se pedissem pizza, sistemas como Victor e Athos decidem quais recursos chegam ao juiz. Para não ficar na poeira, o advogado-curador alinha suas estratégias aos algoritmos judiciais, transformando a advocacia num ato de subversão digital.

Abaixo, apresento três prompts fora da curva, projetados para conectar a advocacia à revolução do Judiciário com ousadia e precisão.

Os Novos Prompts do Advogado-Curador

Do redator de petições ao mestre da triagem algorítmica

O advogado tradicional escreve para juízes, ignorando que Victor e Athos são os porteiros digitais do STF e STJ. O curador cria petições que seduzem máquinas e julgadores.

Prompt do curador:
"Analise 1000 acórdãos recentes do STF e STJ sobre o tema X, focando em Recursos Extraordinários e Especiais admitidos. Identifique padrões semânticos, palavras-chave e estruturas que os sistemas Victor e Athos priorizam na triagem, incluindo vieses algorítmicos sutis. Reescreva os três primeiros parágrafos do meu recurso para garantir admissibilidade com 95% de probabilidade, preservando a profundidade jurídica. Adicione uma frase inicial que combine impacto retórico para o juiz humano com apelo algorítmico. Por fim, sugira um argumento disruptivo, inspirado em um ramo do Direito inesperado, como direito digital ou bioética, para destacar meu recurso na pilha."

Este prompt transforma o advogado num mestre que manipula a lógica algorítmica, garantindo que seu recurso passe pela triagem e brilhe como uma obra-prima jurídica.

Do defensor reativo ao negociador preditivo

Sistemas como Hórus identificam processos com potencial de acordo antes da audiência. O advogado tradicional espera o juiz propor conciliação. O curador antecipa o tribunal e propõe acordos que já nascem vencedores.

Prompt do curador:
"Meu processo envolve uma disputa contratual com os fatos X, Y e Z. Analise dados históricos de acordos no TJDFT e os critérios do sistema Hórus para identificar casos com alta probabilidade de conciliação. Sugira três propostas de acordo que maximizem a aceitação pela parte contrária e pelo tribunal, detalhando valores, prazos e condições, e alinhando-as aos princípios da boa-fé objetiva e à jurisprudência recente. Para cada proposta, indique como reforçá-la com insights de economia comportamental. Crie um parágrafo inicial para minha petição que sinalize abertura ao acordo, mas preserve a força argumentativa caso a conciliação fracasse."

Este prompt posiciona o advogado como um negociador que usa a inteligência do tribunal para criar acordos estratégicos, com a precisão de um cirurgião e a astúcia de um estrategista.

Do aplicador de leis ao reinventor da justiça

Sistemas como ApoIA e Sapiens padronizam decisões. O advogado tradicional imita esses modelos. O curador usa a IA para criar teses que desafiam a padronização e redefinem o Direito.

Prompt do curador:
"Meu caso envolve uma controvérsia sobre o tema X, com fatos A, B e C. Ignore os modelos padronizados de sentenças do ApoIA. Com base em princípios constitucionais, doutrina nacional e estudos interdisciplinares, como neurociência ou sociologia jurídica, desenvolva cinco teses jurídicas inovadoras que recontextualizem os fatos e desafiem a jurisprudência dominante. Para cada tese, indique como ela pode formar um precedente transformador no STF ou STJ. Selecione a tese com maior potencial disruptivo e sugira uma estratégia de argumentação que combine rigor técnico para o tribunal com apelo emocional para mobilizar a sociedade, incluindo uma narrativa que conecte o caso a uma questão cultural atual."

Este prompt é uma chamada à subversão. Ele usa a IA para imaginar um Direito que não existe, criando teses que podem mudar o sistema jurídico e a sociedade.

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A verdadeira revolução da IA na advocacia não é a eficiência; é a audácia de reescrever o Direito. Você está no jogo ou na plateia?

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A IA pode redigir sua petição, mas só o curador transforma dados em causas que mudam o jogo. Qual é a sua próxima ação coletiva?

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Da simbiose à curadoria: o advogado que domina a IA

O advogado ingênuo vê a IA como um estagiário mágico. O convencional a trata como uma caneta com Wi-Fi. O curador a enxerga como um sistema nervoso exoesquelético, amplificando sua mente para reescrever as regras do Direito. O objetivo não é eficiência — isso é para os fracos. É potência, é criar tsunamis jurídicos enquanto os outros aprendem a surfar.

 

Abaixo, apresento quatro princípios para essa transformação, cada um com um prompt tão ousado que pode fazer seus colegas acharem que você perdeu o juízo. Spoiler: é exatamente essa a ideia.

Os 4 Princípios do Advogado-Curador

Princípio 1: A IA como adversário implacável, não como estagiário subserviente

O advogado ingênuo pede: "Redija uma petição inicial." Ele recebe um texto mediano, revisa e se sente produtivo. Parabéns, você é um editor de máquina. O curador transforma a IA num oponente que o desafia a pensar como nunca antes.

Prompt do curador:
"Assuma o papel de um advogado adversário com inteligência estratégica e conhecimento enciclopédico. Com base nos fatos do meu caso (descreva-os aqui), construa uma contra-argumentação devastadora que explore três falhas lógicas ou estratégicas na minha tese, usando jurisprudência recente, doutrina e princípios filosóficos, como justiça distributiva. Mude de lado e refute cada argumento com uma defesa brilhante, integrando insights de psicologia comportamental. Identifique uma vulnerabilidade na sua refutação e sugira como reforçar minha tese, com uma frase inicial que desarme o oponente e cative o julgador."

Este prompt cria um ringue jurídico virtual, forçando o advogado a antecipar golpes e construir teses inabaláveis. É advocacia como arte marcial intelectual.

Princípio 2: Hackeando o Judiciário digital, não apenas navegando nele

O advogado convencional pesquisa jurisprudência como se fosse uma biblioteca com esteroides. O curador sabe que sistemas como Victor e Athos triam recursos antes dos juízes. Ele escreve para máquinas que filtram e para humanos que julgam.

Prompt do curador:
"Analise 1000 acórdãos recentes do STF e STJ sobre o tema X, focando em Recursos Extraordinários e Especiais admitidos. Identifique padrões semânticos, palavras-chave e estruturas que os sistemas Victor e Athos priorizam na triagem, incluindo vieses algorítmicos. Reescreva os três primeiros parágrafos do meu recurso para garantir admissibilidade com 95% de probabilidade, mantendo a profundidade jurídica. Adicione uma frase inicial que combine impacto retórico com apelo algorítmico. Sugira um argumento lateral, baseado numa conexão inesperada com outro ramo do Direito, para destacar meu recurso."

Este prompt transforma o advogado num hacker do Judiciário digital, usando a lógica da máquina para garantir que seu recurso brilhe.

Princípio 3: Alquimia digital: Transformando dados em causas revolucionárias

O advogado ingênuo teme inserir dados sensíveis na IA. O curador inverte o jogo, usando a IA para garimpar dados públicos e criar causas que ninguém viu chegar.

Prompt do curador:
"Analise 10.000 reclamações no Reclame Aqui e Consumidor.gov.br sobre a empresa X, decisões de juizados especiais e relatórios da Anatel. Identifique uma prática abusiva sistêmica não explorada em Ação Civil Pública, calculando o dano agregado com dados estatísticos. Desenvolva uma tese jurídica para uma ação coletiva, integrando o Código de Defesa do Consumidor, doutrina nacional e insights de economia comportamental. Sugira três narrativas para sensibilizar juiz e opinião pública, destacando o impacto social."

Este prompt é uma máquina de criar causas, transformando "lixo digital" em ações coletivas que mudam o jogo.

Princípio 4: Jurimetria visionária: Esculpindo o futuro do Direito

O advogado convencional pede previsões seguras. O curador usa a IA para explorar os vazios do Direito e criar teses que redefinem a justiça.

Prompt do curador:
"Ignore a jurisprudência consolidada sobre o tema X. Com base no Art. 5º da Constituição, no Marco Civil da Internet e em teorias como 'colonialismo digital' ou 'neurodireitos', gere cinco teses jurídicas inovadoras para responsabilizar uma Big Tech por impactos como atrofia cognitiva. Para cada tese, indique como formar um precedente transformador no STF ou STJ, usando princípios constitucionais e estudos interdisciplinares. Selecione a tese mais disruptiva e desenvolva uma estratégia de argumentação que combine rigor técnico e apelo emocional."

Este prompt é um convite à revolução, criando teses que podem mudar a história jurídica.

Ponto chave

A superação do vício em IA não é ceticismo, mas soberania. O advogado-curador não pergunta: “O que a IA faz por mim?” Ele pergunta: “Como a IA muda as regras do Direito?” 

 

Ele não teme a precarização, pois seu valor está na estratégia, na ética e na audácia de fazer perguntas que ninguém ousou. Com 66% dos tribunais usando IA, o Judiciário dita o ritmo. 

 

O curador não surfa a onda; ele cria tsunamis jurídicos. A escolha é sua: ser um digitador de prompts ou um arquiteto do futuro?

 

Ouça o debate em nosso PodCast:

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Para onde seu escritório está indo?

Planejar no PowerPoint é fácil; fazer gente ocupada remar pro mesmo lado é outra história. A Advoco junta todos os sócios na mesma mesa, corta o consultês e traduz visão de futuro em escolhas claras: onde atuar, quanto crescer e o que largar pelo caminho.

Visão sem blá-blá-blá Nicho que paga a conta
Olho-no-olho, alinhamos objetivos e métricas em uma página. Todo mundo sai sabendo para onde o escritório vai — e por quê. Chega de abraçar o mundo. Definimos áreas foco onde o escritório gera mais valor (e reputação) e descartamos o resto.
Prioridades de crescimento Ritmo de execução
Metas trimestrais enxutas e negociadas entre os sócios: novos clientes, ticket médio e equipes alocadas. Nada de listas infinitas. Implantamos rituais rápidos: reuniões de 20 min, quadro de avanços e decisões semanais. Estratégia vira hábito, não evento anual.
Rotinas que andam sozinhas — e fazem sentido

Chega de tarefas voando sem dono. A Advoco Brasil desenha o mapa completo do seu escritório: papéis, entradas, saídas e conexões entre Jurídico, Financeiro, Paralegal e Administração. Depois, pluga tecnologia para que tudo rode no piloto-automático — eficiência antes de tudo.

Quem faz, por que faz Fluxo sem fricção
Definimos papéis e KPIs para que cada pessoa saiba o que entregar e por qual razão — zero ambiguidade, zero “achismos”. Transformamos atividades dispersas em um pipeline visual; status, prazos e responsáveis visíveis para todos.
Tecnologia que libera tempo Integração sem muros
Automatizamos tarefas repetitivas com low-code, IA e RPA; seu time foca no que realmente importa. Conectamos Jurídico, Financeiro e Administrativo em um único ecossistema de dados — informação certa, no lugar certo, na hora certa.
Como gerir melhor o Dinheiro?

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Construindo uma equipe de verdade

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Como lidar com a falta de alinhamento, as limitações, ansiedades, perdas de controle, egos inflados e a falta de visão dos sócios?
Nossa abordagem avalia quão alinhados os sócios estão com a visão de gestão atual, conexão com o futuro e principalmente sobre a clareza de seus papeis e responsabilidades de liderança.

Lidar com gente parece fácil, mas não é!

Liderar um escritório de advocacia exige mais do que conhecimento jurídico.

É necessário visão estratégica, capacidade de inspirar e impulsionar o crescimento. A Advoco Brasil ajuda criando um ambiente de alto desempenho e cultivando uma cultura de inovação.

O mercado muda o tempo todo, você também deveria!

As ferramentas digitais, as novas leis e as demandas dos clientes exigem adaptabilidade e visão de futuro.

AdvocoBrasil ajuda a identificar as tendências do mercado e a desenvolver estratégias para se manter competitivo e relevante, com metodologias de Gestão de Mudanças.

Todo gestor entende de desenvolvimento de negócios, você também deveria!

Atrair novos clientes e fidelizar os existentes é fundamental.

A AdvocoBrasil te ajuda a desenvolver estratégias de marketing jurídico eficazes, a construir relacionamentos sólidos com clientes e a identificar novas oportunidades de negócio.

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