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Como advogado que usa um perfil pessoal para fins profissionais, suas publicações podem estar afastando mais do que atraindo pessoas.
O perfil pessoal muitas vezes se torna uma extensão da atuação profissional, e isso exige um equilíbrio delicado entre autenticidade, empatia e profissionalismo.
A verdade é que as redes sociais oferecem um imenso potencial para fortalecer relacionamentos com clientes, mas também podem ser uma armadilha para práticas que prejudicam sua imagem, como o excesso de autopromoção ou uma comunicação desconectada das necessidades do público.
Você tem usado esse espaço para construir confiança e oferecer valor ao seu público, ou está apenas destacando conquistas pessoais que pouco contribuem para a percepção de seus serviços?
Neste artigo, vamos explorar como os advogados podem usar seus perfis pessoais de maneira mais eficaz, entendendo que o comportamento digital influencia diretamente na relação com os clientes.
Mais do que nunca, é essencial diferenciar seu perfil pessoal, que reflete sua individualidade, do perfil profissional de seu escritório, que deve manter um foco institucional.
Contudo, se você mistura os dois mundos, é possível construir uma comunicação poderosa e autêntica sem cometer os erros comuns que muitos advogados ainda insistem em perpetuar.
Ouça o Podcast aqui:
André Medeiros é especialista em gestão para escritórios de advocacia e entusiasta da Inteligência Artificial no Direito e Legal Design. Acompanhe suas análises e insights sobre o futuro da advocacia.
Em muitos perfis de advogados, é comum encontrar postagens sobre prêmios, eventos, certificados e até frases motivacionais genéricas.
Embora seja importante mostrar competência e conhecimento, esse tipo de conteúdo, quando exagerado, passa a impressão de que o advogado está mais focado em sua própria imagem do que em oferecer ajuda real a quem o acompanha.
Para advogados que utilizam perfis pessoais, vale considerar: essas publicações refletem o tipo de conexão e de valor que o cliente busca?
Ao reduzir o foco na autopromoção, o advogado pode transformar seu perfil em uma fonte de insights e orientações valiosas, abordando dúvidas comuns ou até mesmo falando sobre experiências práticas (mantendo, claro, o sigilo e a confidencialidade de casos específicos).
Essa abordagem permite que o cliente enxergue o advogado como um profissional preocupado em compartilhar conhecimento, o que naturalmente gera um engajamento mais autêntico.
A confiança é um dos pilares mais importantes na relação entre advogado e cliente.
Nas redes sociais, é possível construir essa confiança com postagens que abordem, por exemplo, problemas comuns enfrentados por clientes.
Em vez de postar sobre suas próprias conquistas, o advogado pode compartilhar informações úteis, explicando mudanças recentes na legislação que possam afetar a vida das pessoas, orientando sobre direitos básicos ou respondendo a dúvidas frequentes de maneira prática e acessível.
Essa comunicação empática transmite ao cliente a mensagem de que o advogado entende suas dores e se preocupa em ajudar, mesmo que indiretamente.
Essa postura é especialmente valorizada em um contexto digital, onde o cliente tem à disposição muitos perfis para seguir, mas poucos que realmente se destacam por se conectar com suas reais necessidades.
O CRM ensina que um bom relacionamento com o cliente é construído a partir de interações consistentes e relevantes.
No caso de advogados, isso pode ser feito ao compartilhar conteúdos que atendam a perguntas comuns e oferecem soluções práticas, ao invés de se limitar a frases motivacionais ou posts sobre eventos e certificações.
Isso cria uma base sólida para um relacionamento sustentável e de longo prazo, onde o cliente se sente mais à vontade para procurar o advogado quando precisar, pois já o enxerga como uma fonte confiável de informações e orientação.
Evitar o excesso de formalidade e interagir de forma mais direta e pessoal também ajuda a criar proximidade. Responder comentários, fazer perguntas sobre as dificuldades que os seguidores enfrentam e até abrir espaço para discussões podem gerar interações mais autênticas, mostrando ao público que o advogado está presente e disposto a ajudar.
O objetivo principal do uso das redes sociais para advogados deve ser a construção de um relacionamento duradouro e positivo com o cliente. Esse tipo de conexão é alcançado não pela quantidade de posts ou pelo destaque em eventos, mas pelo valor real que o advogado oferece em cada interação.
Compartilhar atualizações sobre mudanças na legislação que podem impactar os clientes, orientações preventivas e sugestões sobre como lidar com situações jurídicas recorrentes são práticas que demonstram uma postura ativa e proativa, reforçando a confiança do cliente e aumentando a probabilidade de retenção.
Em vez de um marketing agressivo, a ideia é criar uma presença digital consistente, que inspire confiança e promova uma conexão genuína. O cliente não quer um profissional que apenas “aparece” quando há algo a celebrar; ele busca um advogado que, mesmo nas redes sociais, mantém um compromisso com seu papel de defensor e orientador.
A presença digital dos advogados em perfis pessoais pode e deve ser explorada de maneira que realmente agregue valor à experiência do cliente.
O advogado que compreende o potencial do CRM no uso das redes sociais não busca apenas seguidores, mas sim construir relacionamentos sólidos e de confiança com seu público.
Ao focar em conteúdo útil e empático e ao criar uma interação autêntica, é possível se diferenciar e construir uma marca pessoal que não apenas atrai, mas também mantém clientes ao longo do tempo.
Em suma, ao abandonar a comunicação centrada no próprio ego e adotar uma abordagem orientada ao cliente, advogados podem utilizar suas redes sociais para mostrar que realmente compreendem as necessidades do público, estabelecendo um relacionamento que, na prática, vai além das redes e reflete em sua atuação no mundo real.
André Medeiros é especialista em gestão para escritórios de advocacia e entusiasta da Inteligência Artificial no Direito e Legal Design. Acompanhe suas análises e insights sobre o futuro da advocacia.
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