Recentemente, um estudo conduzido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) trouxe à tona uma realidade que muitos já suspeitavam, mas que agora está embasada em dados concretos.
O estudo revelou uma desigualdade gritante nos rendimentos dos advogados brasileiros. Enquanto uma pequena parcela tem altos salários, a maioria dos profissionais da advocacia enfrenta uma realidade financeira desafiadora.
De acordo com o estudo, 52,4% dos advogados brasileiros recebem até R$ 6.600 por mês. O estudo também apontou que há uma concentração significativa de renda nas mãos de uma pequena parcela de profissionais.
Fatores como tempo de experiência, área de atuação, porte do escritório e até mesmo a região do país influenciam diretamente nos rendimentos dos advogados. Aqueles que trabalham em grandes escritórios, especialmente nas áreas de direito empresarial e societário, tendem a desfrutar de salários mais substanciais. Por outro lado, os advogados autônomos e os que atuam em escritórios menores geralmente enfrentam maiores desafios financeiros.
A desigualdade de rendimentos na advocacia não é apenas uma questão financeira, mas também um reflexo da saturação do mercado de trabalho. Com mais de 1,3 milhão de advogados inscritos na OAB, o Brasil detém o recorde mundial de profissionais dessa área. Esse número expressivo é alimentado pela existência de mais de 1.200 cursos de Direito em todo o país, o maior contingente do mundo.
Embora o exame da Ordem imponha um filtro rigoroso, anualmente dezenas de milhares de novos advogados ingressam na profissão. Essa oferta excessiva de mão de obra, combinada com uma demanda limitada, inevitavelmente pressiona os rendimentos para baixo, especialmente para os profissionais iniciantes e aqueles que atuam de forma autônoma ou em pequenos escritórios.
Diante desse cenário, garantir um acesso justo à justiça torna-se um desafio cada vez maior. Como a população pode arcar com honorários advocatícios condizentes quando uma parcela significativa dos profissionais luta para sobreviver financeiramente? A advocacia é um pilar fundamental do Estado Democrático de Direito, e sua desvalorização pode ter consequências devastadoras para a sociedade como um todo.
Além disso, a baixa remuneração pode desmotivar os talentos mais promissores, levando-os a buscar oportunidades em outras áreas mais lucrativas. A advocacia precisa atrair e reter os melhores profissionais, oferecendo-lhes condições dignas de trabalho e remuneração justa, compatível com a importância de sua função social.
Diante desse cenário, é fundamental buscar soluções e novas abordagens para enfrentar os desafios identificados pelo estudo da FGV. Algumas ideias que merecem consideração:
Ao cultivar essas habilidades complementares ao conhecimento jurídico, os advogados podem se diferenciar, agregar mais valor aos seus serviços e, consequentemente, elevar seus rendimentos no mercado altamente competitivo da advocacia.
Essas são apenas algumas sugestões iniciais, e certamente há muito mais a ser explorado.
O importante é reconhecer que a desigualdade de rendimentos na advocacia é um desafio sério que exige ação coordenada de todos os atores envolvidos: governo, OAB, escritórios de advocacia e, é claro, advogados.
Por André Medeiros
Pequenos escritórios também podem ser poderosos negócios para desenvolver a advocacia no Brasil
Veja análise neste link sobre: Desenvolvimento de negócios na advocacia em um mundo BANI – Como pequenos escritórios podem explorar estratégias eficazes de desenvolvimento de negócios e prosperar em um mundo BANI.
Curiosamente, um estudo recente publicado no site Migalhas, intitulado “Estudo aponta perfil nacional das espécies de sociedades de advogados”, traz insights interessantes que se correlacionam com as descobertas do estudo da FGV.
Segundo o estudo, a maioria das sociedades de advogados no Brasil é composta por até cinco sócios, enquanto as grandes sociedades, com mais de 50 sócios, representam apenas 2,7% do total.
Esse dado reforça a ideia de que a advocacia é uma profissão pulverizada, com muitos pequenos escritórios e poucos grandes.
Além disso, o estudo aponta que as sociedades de advogados estão distribuídas de forma desigual pelo país, com uma concentração significativa nas regiões Sudeste e Sul.
Essa disparidade regional também foi observada nos rendimentos dos advogados, conforme apontado pelo estudo da FGV.
Essa correlação sugere que as desigualdades na advocacia são um reflexo das desigualdades socioeconômicas mais amplas do país.
Portanto, qualquer solução para enfrentar esse problema deve levar em consideração fatores estruturais e promover uma distribuição mais equilibrada de oportunidades e recursos em todo o território nacional.
No entanto, não podemos estabelecer uma visão pessimista. Acredito que, saber desses dados, abre-se oportunidades para adoção de uma mentalidade mais empreendedora e focada em soluções criativas e eficazes.
Considerando que a maioria dos advogados atua de forma autônoma ou em pequenos escritórios, é fundamental desenvolver habilidades empresariais e de gestão para prosperar nesse mercado competitivo.
Em vez de depender de soluções coletivas ou corporativistas, cada advogado deve assumir a responsabilidade por sua própria trajetória profissional.
Isso significa buscar constantemente a diferenciação, explorar nichos de mercado lucrativos, aprimorar habilidades de comunicação e marketing, e adotar tecnologias e inovações que agreguem valor aos serviços prestados.
Aqueles que abraçarem uma mentalidade empreendedora, investindo em seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional, terão maiores chances de alcançar rendimentos dignos e sustentáveis.
A advocacia é uma profissão que recompensa a iniciativa, a criatividade e a capacidade de se adaptar às demandas do mercado.
Em vez de esperar por soluções externas, cabe a cada um de nós assumir o controle de nossa carreira e lutar por uma advocacia mais próspera e justa.
Só assim poderemos verdadeiramente representar os ideais de justiça e igualdade que defendemos diariamente, garantindo o acesso à justiça para todos os cidadãos.
O Guia Salarial 2024 da Robert Half oferece uma visão abrangente da remuneração em diversos setores, incluindo o jurídico. Diferentemente do estudo da FGV, que se concentra na renda geral dos advogados, o guia da Robert Half detalha os salários por área de atuação, porte do escritório, nível de experiência e localização geográfica.
Essa abordagem permite uma análise mais granular da remuneração na advocacia, revelando disparidades salariais significativas dentro da própria profissão.
Por exemplo, o guia mostra que advogados em escritórios de grande porte em São Paulo tendem a receber salários muito mais altos do que aqueles em escritórios de pequeno porte ou em outras regiões do país.
Além disso, áreas como direito empresarial e societário oferecem maiores remunerações em comparação com direito do trabalho ou direito cível.
Essas informações são valiosas para advogados que buscam entender o potencial de ganhos em diferentes carreiras jurídicas e para escritórios que desejam se manter competitivos no mercado de trabalho.
O Guia Salarial da Robert Half não apenas oferece dados detalhados sobre remuneração na advocacia, mas também serve como uma ferramenta valiosa para direcionar as expectativas salariais de advogados e escritórios.
A comparação entre o estudo da FGV/OAB e o guia da Robert Half é particularmente interessante, pois destaca as diferentes perspectivas sobre a renda na advocacia.
Enquanto o estudo da FGV/OAB oferece uma visão geral da realidade financeira da profissão, o guia da Robert Half permite uma análise mais específica, considerando fatores como especialização, porte do escritório e localização.
Dessa forma, advogados e escritórios podem utilizar o Guia Salarial como um comparativo para avaliar se a remuneração oferecida ou recebida está alinhada com as práticas de mercado.
Por exemplo, um advogado com experiência em direito societário em São Paulo pode utilizar o guia para verificar a faixa salarial típica para sua posição em escritórios de grande porte e comparar com sua renda atual.
Escritórios, por sua vez, podem utilizar o guia para definir salários competitivos que atraiam e retenham talentos, considerando a especialização e o nível de experiência dos profissionais.
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